terça-feira, 16 de abril de 2013

Muito interessante...

Li este artigo e adorei :) É mesmo isto!!!!


15/04/2013 | 11:30 | Dinheiro Vivo
Somos um país pequenino. Para garantir a proporcionalidade da coisa, como pequeninos que somos, contentamo-nos com pouco. Mas isto funciona como com uma noz de ovos moles, com um malmequer ou mesmo com um recém nascido: ser pequenino pode ser infinitamente bonito.
Depois de um inverno chato e de dias e dias de chuva, fomos presenteados com dois dias de sol, uma pequenina quantidade em termos relativos, mas o suficiente para encher as ruas, os jardins e as praias de gente. Durante este fim de semana, agimos com a felicidade de um enorme verão.
Somos fáceis de contentar.Quem manda em nós, arrisco-me mesmo a mudar o tempo verbal, quem tem mandado em nós, infelizmente, com ideias pequeninas, sabe isso mas nem isso faz.
Aumentasse-se o salário mínimo em “apenas” 100 euros, aumentasse-se a licença de maternidade e paternidade em "apenas” um mês, garantissem-se “apenas” os direitos que fomos adquirindo, aumentassem-se as férias em apenas um um dia ou, como diz o meu filho mais velho aumentassem-se os fins de semana apenas umas horas e seríamos todos muito mais felizes.
Mas há coisas em que o tamanho interessa e sermos pequenos tira-nos a capacidade de grandeza. A ambição é saudável e imaginarmo-nos grandes é também aquilo que nos faz crescer.
A culpa não é das pessoas, é deste país que dificulta sonhar com grandezas. E troca-se essa impossível ambição de ser maior, de ter mais, pelo gozo dos pequenos poderes. Como pescadinha de rabo na boca são esses pequenos 'mandares' que emperram a engrenagem de crescimento do país. Nem precisamos de chegar às chefias intermédias que inventam burocracias para acrescentar às que já existem. Existem tantos pequenos déspotas em minúsculos territórios.
Mas a nossa pequenez, que descobri ser sinónimo de infância, tem as suas belezas. Podemos viajar de Norte a Sul em apenas um dia. Os melhores restaurantes são ínfimos. As casas pequenas são mais fáceis de limpar. As aldeias são lindas. O camarão é mais saboroso se for quase proibido. E até as mulheres, diz-se por cá, querem-se pequeninas como a sardinha.
Jornalista e autora do blog Dias de uma Princesa 

Por: Catarina Beato
 
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